Na medicina popular, o tratamento geralmente supõe um ritual. A cura pode ser o resultado de um exorcismo.
Nas tradições afro-brasileiras e indígenas, o curador é um intermediário privilegiado entre o mundo dos homens e o mundo dos espíritos, sejam caboclos, pretos velhos ou outros. Possuído por entidades espirituais, o xamã exerce seu papel terapêutico pelo bafo sagrado. No candomblé, os orixás Omulu(“o médico dos pobres”) e Ossáin(orixá das folhas) tanto curam como podem causar doenças.
*Paulo César Alves tece interessantes reflexões sobre a vocação do curador no jaré: “São os caboclos(antepassados) que forçam o indivíduo a tornar-se curador, causando-lhe uma série de infortúnios até que ele resolva acatar seu destino. Praticamente nenhum curador fala da sua carreira enquanto escolha pessoal.<...> Ele é escolhido pelas divindades e essa escolha é revelada por sonhos, transes e, principalmente, comportamentos associados à loucura”.1 Tal curador não precisa de estudos, pois seu saber é revelado e o poder de cura lhe é dado pelos caboclos, segundo a ideologia local. A interpretação que o curador oferece para um determinado problema pouco se diferencia daquela dada pelo paciente. POR QUEILA GOVEIA
Medicina popular poderá ser entendida como um corpo de conhecimentos e práticas médicas, que se desenvolve numa dinâmica própria, com base no conhecimento empírico, segundo o contexto sócio-cultural e econômico em que se insere. Trata-se de uma medicina sincrética, que envolve componentes herdados da medicina dos antepassados que vão sendo reinterpretados e adequados às realidades do presente, somados a elementos resultantes de diferentes influências.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
medicina popular tradições afro-brasileiras e indígenas
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QUWEILA GOVEIA
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